quinta-feira, 29 de julho de 2010

DIAS DIFÍCEIS (O BEM VENCE O MAL?)


Recordo-me que alguém comentou aqui no blog: "tenho medo das suas quintas-feiras"! De fato, é nas quintas que costumo tratar do caos existente no mundo em que vivemos, das notícias mais polêmicas, dos casos mais absurdos. Esclareço porém, que  não faço isso por achar bacana falar de coisas ruins ou por ser favorável ao sensacionalismo que tomou conta do tele-jornalismo brasileiro, muito pelo contrário. Contudo, toco na ferida porque precisamos encarar o mundo que aí está e de frente! Viver não é tão somente velejar num mar de rosas, a vida não é uma poesia de Fernando Pessoa e tentar ignorar isso é uma grande bobagem.
Não podemos perder a nossa capacidade de indignaçãoNão podemos correr o risco de encararmos as coisas erradas  como normais ou previsíveis, não é certo  vivermos classificando cada nova notícia ruim  como "mais uma"!  Precisamos de comoções coletivas, indignações em massa, de  uma sensibilidade individual crescente, atenta,  e sermos capazes de cobrar justiça com mais propriedade... É por isso que reproduzo casos repugnanates, porque espero não mudar de idéia nunca, nem fraquejar diante desses desafios que nos são impostos com uma frequência alarmante!

  
O assunto de hoje pode até soar repetitivo, considerando a avalanche de más notícias e dos perigos que nos rondam diariamente, contudo, me chocou profundamente pela forma como aconteceu. De repente percebo que não são só os bandidos inspiram cuidados, estamos nos tornando perigosos uns aos outros também. Vejam só o caso da Senhora Juliana Cravo, de 29 anos, que saiu de casa com sua mãe com o objetivo de comprar um computador num shopping da Zona Norte de São Paulo. Tudo ia bem, até Juliana ser acertada no rosto por uma cusparada de uma criança, que irresponsavelmente e a revelia de seus responsáveis, brincava de cuspir as pessoas do alto de uma escada rolante. O que ela fez, então? Aquilo que qualquer um de nós faria, acredito eu... procurou os tais responsáveis pelo menor, nesse caso uma tia, e reclamou, pedindo providências para que isso não se repetisse com outras pessoas... Resultado: Juliana fora seguida e espancada do lado de fora do shopping  por um grupo de selvagens, entre elas e  representando a  líder do bando, a tia do menor, que muito ofendida com a reclamação, resolveu tomar as providências que julgou mais adequada.


Em decorrência dos socos, murros e pontapés, a vítima teve um derrame cerebral  e morreu quatro dias depois. O circuito interno de TV do estabelecimento registrou algumas cenas das acusadas e as imagens serão usadas como prova para a acusação.  Para família, além da revolta, só resta agora cobrar das autoridades providências e que as agressoras paguem pelo crime bárbaro cometido. 

Agora, diante do exposto,  pergunto: E a nós, que - por enquanto e graças a Deus - somos apenas expectadores desses absurdos, o que nos resta? Ignorar que vivemos numa selva? Focarmos no lado bom da vida para esquecermos nossas dores? Resta o carnaval? O futebol? A Copa de 2014? As Olimpíadas de 2016? A novela das oito? Não há mesmo nada a se fazer além de nos indignarmos?  Somos/estamos tão impotentes assim? É por isso que a "quinta do caos" existe. REFLITAMOS!  


Sabe, com más notícias envolvendo assaltantes, assassinos, sequestradores, estelionatários, psicopatas, estamos até relativamente preparados, mas ao que parece, as coisas, ao invés de diminuírem, estão evoluindo para outros tantos tipos de conflitos! A violência virou uma arma para se resolver quase tudo... no trânsito se mata, no bar se mata, na saída do banco se mata, nas escolas se morre e agora, no shopping também não estamos seguros! O perigo não tem uma única face, pode estar em qualquer lugar e as relações interpessoais cada dia mais comprometidas!



Espero sinceramente que essa família possa encontrar razões para continuar acreditando num mundo melhor e que Juliana Cravo, onde estiver, possa receber aquilo que o nosso mundo não pôde lhe dar!

Fico por aqui.
Jr Vilanova.

11 comentários:

Sandro Omena disse...

junior,
Meu querido amigo.
Aí! É de sentir estranheza, muita estranheza com tudo que acontece de ruim neste mundo. São situações das mais perversas que qualquer ser humando pode imaginar. Juliana foi apenas mais uma vítima do caos que se instalou na sociedade. Este momento de reflexão colocado na quinta do caos vale muitíssimo apena, justamente para que não pensamos que o mundo é um mar de rosas, ou como você mesmo falou uma poesia de Fenando Pessoa. E o que me deixa mais inquieto é a frieza e a maldadade de quem faz perversidade, o que posso concluir que estas pessoas não passam de psicopatas, pessoas sem um mínimo de noção do que é viver em harmonia, respeito e tranquilidade. Chega de tanta violência! Não podemos virar as costas a tudo isso.
Grande beijo

Sandro Omena disse...

Querido popo,
Lembrei de um artigo de um agronômo que participei de uma palestra dele a um tempo atrás que vale apena conferir. Ressalta justamente a discussão do caos em que vivemos.
Grande Beijo

O Caos Social: o que fazer?
Carlos Augusto Parchen
www.carlosparchen.net
c_a_parchen@yahoo.com.br
http://www.cele.org.br/ocaossocial050707.html


"Reconhece-se o Homem de Bem pelo esforço que faz em melhorar-se"....
"... e em melhorar a sociedade".


Violência, desonestidade, falta de ética, injustiça social, fome, desnutrição infantil, falta de atendimento a saúde.

Difícil situação. Angustiante sensação frente ao caos ético, moral e social que vemos brotar nos noticiários televisivos, na imprensa, nas conversas sociais.

Tal estado de coisas não nos pode ser indiferente. Somos afetados direta e indiretamente por tudo isso. Exige-nos, tal situação, um forte posicionamento pessoal, sob pena de nos tornarmos cúmplices dela.

Em primeiro lugar, nos cabe o dever de não multiplicar a vibração energética do erro e das coisas erradas. Para isso, devemos retirar tal tipo de situação do foco de nossas conversas e atenções. Não devemos multiplicar esses fatos e essas vibrações energéticas negativas. Isso não significa ignorar, mas apenas dar ao mal, ao erro, a sua devida dimensão, ou seja, deve servir apenas para nossa auto-avaliação e para não incorrermos nos mesmos erros. Tomemos conhecimento, mas deixemos o assunto "morrer" ali.

Em segundo lugar, devemos tomar as medidas que nos cabem para mudar tal estado de coisas, pois não podemos nos omitir na luta contra o mal, contra o erro, contra a injustiça, contra a falta de ética, contra a falta de amor. Para isso é preciso tomar atitudes. Positivas e afirmativas. Dentre muitas dessas atitudes, podemos relacionar:
• Exemplificar o ser correto, ético, honesto e solidário em todos os atos da vida;

• Não transigir com o respeito a legalidade e a honestidade, praticando isso e exigindo isso em toda a nossa esfera de influência, mesmo nas menores coisas e atos do cotidiano;

• Votar melhor, eleger melhor e cobrar mais dos Legisladores e Governantes, exigindo que façam bem e honestamente àquilo para que receberam mandato e delegação da Sociedade;

• Participar efetivamente nas Organizações e Instituições que visam resolver ou amenizar problemas conjunturais e estruturais da sociedade. Isso inclui o voluntariado e as contribuições materiais e financeiras para as entidades filantrópicas, assistenciais, educacionais e de melhoria do meio ambiente;

• Posicionar-se claramente a favor da ética, da honestidade e da eqüidade social, sempre que se apresentar ocasião propícia para tal;

• Posicionar-se claramente contra atos que infrinjam a ética, a honestidade e a legalidade, dentro do limite ditado pela prudência, evitando o confronto inútil e improdutivo, em equilíbrio com o não omitir-se e não tornar-se cúmplice.
Isso tudo está ao nosso alcance, dentro das possibilidades de todos nós, independente das condições financeiras, sociais e culturais. Temos que evitar o terrível erro da omissão, muitas vezes agravada pela crítica vazia e inócua, feita de forma errada, no local errado e para as pessoas erradas.

Como colocou Kardec, "....reconhece-se o Homem de Bem pelo esforço que faz em melhorar-se...", poderíamos parafraseá-lo com o adendo: "...e em melhorar a sociedade...".

Façamos a nossa parte. Não podemos permitir que o botão de desligar de nossa televisão seja também o botão de desligar de nossa consciência.

Uelton Gomes disse...

Junior ! Bom dia!

Assuntos que nos leva sempre a refletir. O que acontece nesse mundo? Onde ninguém respeita mas ninguém, falta amor ao próximo. O ser humano vai acabar se destruindo.

Abraços

Uelton Gomes disse...

Boa Tarde

Junior estou passando para avisar que tem um selo no meu blog para vc

Abraços

Guilherme disse...

Poucas palavras:

O Mal não vence o Bem. Não há de vencer a guerra, no final. Mas, até que ela acabe, colecionará inúmeras batalhas. Bem-vind@s à vida real.

Lamentável.

Previsível.

Irracional.

chica disse...

QUE BARBARIDADE TUDO ISSO.iNCRÍVEL COMO ANDA ESSE MUNDO!De vpçlta, tentando me adaptar à cruel rotina aqui com esse frio desgraçado e numa terra onde não temos o direito de ir e vir, andar nas calçadas sem ser assaltados, tendo que estar sempre reclusas,deixo um abraço,chica

lis disse...

Oi Junior
Bom estar aqui sentindo voce através dos seus textos, dos seus sentimentos. Estive dando uma pausa e volto com o propósito de diminuir meu tempo na telinha , nao se preocupe se a frequencia dos comentários diminuir ,ok? estarei sempre por perto te acompanhando porque voce é muito especial.
Estou um tempinho aqui lendo os posts anteriores, todos excelentes, diria imperdíveis .
E o caos das quintas feiras que metem medo mesmo,e nao são histórias de monstros que ouvíamos na infância, são bem reais acontecendo a cada dia , pelo mundo todo. Ousaria dizer se nao for ficar brega porque muitas vezes é assim que pensam : Falta Deus na vida das pessoas ,é isso que está acontecendo- ausência de Deus! o mundo está sendo tomado pelo Mal.
Há requinte na crueldade , veja esse caso da Juliana Cravo em SPaulo, veja o caso de Elisa Samudio( goleiro do Flamengo ) no RJ com detallhes macabros e outros e outros que daria muitas e muitas quintas feira, nao?
Enfim , vamos pedir a Deus que proteja-nos desse mal que vem assolando nosso país.
E continuemos com nossa indgnação e espalhemos amor do nosso lado pra que alguma coisa vá melhorando devagar, tenhamos Fé.
Hoje é domingo , dia de alegria , uma semana bonita pra voce Junior.
meus abraços

Rafaela Andrade disse...

Que horror!! O mundo está caminhando para sua própria distruição, eu trabalho numa vara de família, é inacreditável o que o ser humano faz e o problema começa em casa, enquanto a família for uma instituição falida, eu tenho medo, muito medo. Beijos!

Anônimo disse...

Boa tarde, a Ju esta fazendo muita falta, era uma grande amiga, e apos 1 mês do acontecimento ainda nada foi feito, não sabemos para onde correr e nem de que maneira agir, as agressoras continuam impunes, andando pela rua, passeando pelo bairro e continuam dando mal exemplo para seus sobrinhos e filhos, onde vamos parar? Estas crianças vão crescer ainda piores, como ficará? ninguem vai fazer nada? Tiraram a vida da minha amiga, linda, jovem, cheia de vida e inteligência.... " Ju minha linda, sempre vou ter você aqui guardada no meu coração e na minha lembrança, sinto muito não ter dito o quanto eu te adorava e o quanto você era especial e importante na minha vida, o como eu amava nossa amizade, você me ensinou muito e vou lutar por justiça, pois ainda não me conformei com o que fizeram... sei que está bem amparada onde estiver, e bem melhor do que nós aqui, amiga fica na paz e cuide de nós".
Da

Anônimo disse...

Eu conhecia a Juliana, pois éramos vizinhas, mas nunca tivemos amizade. Sou tão discreta quanto ela q/ não mexia c/ ninguém. O ocorrido é um absurdo! Já faz tempo q/ eu não encontro a mãe D. Alice e nem a irmã Fabiana pra eu dar os pêsames às mesmas.

Anônimo disse...

É terrivel como nossos dias são cinzentos ,este fato vem a se unir a outros tantos diarios ,a violencia e a loucura estão destruindo a sociedade que mau educada reage a tudo assim ,com ódio ,não do fato em si mas de tudo que nos cerca ,é preciso só um motivo mesmo que banal para gerar uma tragédia como esta .
Que isso um dia acabe em um mundo em pouco vale a pena estar vivo as vezes.

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