De volta em breve postagem... e infinda reflexão: que efeito o tempo produz em nossas vidas?
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Esse fim de semana, mesmo que intuitivamente, me surpreendi diante de uma atmosfera cinematográfica bem conflitante! Quando me dei conta já estava completamente envolvido com a reflexão proposta pelos filmes: "O curioso caso de Benjamin Button" e "Casa de Areia"! Já assistiu? Não sabia muito sobre os enredos, os escolhi na locadora por pura coincidência, mas ao assisti-los acabei encontrando semelhanças sutis, visto que ambos apontam para uma mesma temática: as ações do tempo na vida das pessoas (Leia-se "todos nós"!)! Será mesmo que a função primaz do tempo é a de nos empurrar para o fim? O que realmente fica nesse caminho entre o primeiro passo e o último suspiro?
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A arte executa esse papel -fundamental- na vida da gente, não? Essa coisa muitas vezes provocativa que nos invade, nos tira de onde estamos e nos catapulta para uma outra direção... os dias começaram mornos pra mim e terminaram envolvidos com profundos debates e questionamentos íntimos...
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No primeiro filme citado, o do Benjamin, vemos o Diretor David Fincher, baseando-se no conto de Scott Fitzgerald escrito nos anos de 1920, brincar de inverter a ação dos anos em nossas vidas. Através de um relógio biológico onde os ponteiros vitais correm pra trás, demonstra que não existem fórmulas eficientes capazes de driblar o verdadeiro senhor da vida... e da morte!
Se hoje ainda nos obstinamos - em vão - em retardar, lamentar e querer evitar a velhice a qualquer custo, o curioso caso do filme, demonstra, além da inutilidade disso tudo, a sabedoria da vida em relação a administração dos nossos destinos! O que aconteceria se pudéssemos inverter o sentido natural das coisas? Isso o filme ajuda a explicar! E é através de tantos apontamentos que podemos nos perceber ainda mais vulneráveis e resignados a aceitar o inevitável! O exemplo é claro, não importa a ordem que as coisas vão nos acontecer, simplesmente elas irão acontecer... algo que apesar de soar redundante, convenhamos, é o fato do qual mais nos esquecemos durante nossas trajetórias!
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Em "Casa de Areia", através da interpretação da sempre notável Fernanda Montenegro - e de cenas tocantes da filha Fernanda Torres -, Andrucha Waddington nos faz encarar verdades, tristezas e mais algumas verdades... todas sobre aquilo que realmente vale a pena - ou não! -, sobre a nossa luta quase que diária para alcançarmos o que se quer ou se precisa para minimizar aflições! Fala sobre resignação, persistência e uma grande indagação: do que realmente precisamos pra sermos felizes? Perguntas sem respostas definitivas...
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A sensação que tenho é que o tempo parece deixar que brinquemos com ele! Nos deixa bem a vontade e volta depois, quando menos se espera, pra saber o que fizemos de bom e como administramos os momentos em que ainda podíamos escolher nossos caminhos! Depois é preciso muita humildemente pra reconhecer quem está no controle!
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É inevitável ter que abraçar as afirmações que os anos nos mostram. Na realidade nem há outra opção! Todos nós iremos até onde o nosso tempo permitir... e isso independe se os ponteiros dos relógios estão atrasados, adiantados ou fazendo um sentido inverso... é a causa e o efeito... e o tempo sempre insatisfeito!
"És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...
Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...
Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo...
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo...
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...
O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...
Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo..." - Caetano Veloso.
RECOMENDO OS TÍTULOS...
BOM INÍCIO DE SEMANA!
BEIJO CARINHOSO!
Jr.