terça-feira, 6 de outubro de 2009

"DE REPENTE, CALIFÓRNIA"!


Começo meu post tentando encontrar uma resposta para um dos maiores questionamentos da humanidade: o que é o amor?

Tem cara? Cheiro? Regras?

Pra mim pode ser qualquer coisa dentre as múltiplas possibilidades que a vida nos oferece, só não pode nunca deixar faltar a cumplicidade e o respeito!


Certa feita li no blog “Café com notícias” um excelente artigo - provocativo e elegante- sobre o filme “De Repente, Califórnia” (direção Jonah Markowitz, 97 min., 2007, EUA) e desde então, movido pela curiosidade, vivia a procurá-lo – em vão – entre as locadoras mais próximas... e mais distantes também! Contudo, toda procura um dia costuma ter  ter um fim e com a minha não foi diferente...




Minha surpresa foi vê-lo em cartaz ontem, 05/10/09, no CINE SESI PAJUÇARA, aqui em Maceió – um cinema mantido pelo Serviço Social da Indústria, que sustenta uma proposta diferenciada, privilegiando trabalhos que normalmente ficam de fora do circuito comercial de cinema, além de misturar diversas formar de arte em programações super criativas!



Como já se pode deduzir, fui o primeiro a chegar a sessão, que serviu como abertura para Mostra Bivolt da Diversidade Sexual, que acontece até o dia 09/10, sempre às 19 horas! O Cine SESI ofereceu entrada franca, pipoca e refrigerante e ainda brindou os convidados com um coquetel após a exibição, melhor, exibições, pois o curta: “Os sapatos de Aristeu”, do alagoano Luiz René Guerra, também fez parte desse pacote! Realmente era o meu dia de sorte.
...


Mas as surpresas mesmo estavam reservadas para o final! Imparcialmente falando - e independente de credo, raça, religião, condição sexual, profissão, partido político, time de futebol, tipo sanguíneo etc- gostaria de indicar a todos esse filme. Em inglês chama-se "Shelter", traduzindo para o português significa “abrigo” e que tem muito mais a ver com o enredo! Nele os atores Trevor Wright (Zach) e Brad Rowe (Shaun) se esforçam para compor um panorama que acaba por retratar um pouco da família do novo século! Digo, das modificações que tal conceito vem sofrendo com a liberdade de expressão e o aumento gradativo da tolerância entre as pessoas.
Por mais polêmico e conflitante que tal afirmação possa parecer, o certo é que hoje – e cada vez mais - somos impelidos a encarar “novas” realidades, seja por motivos pessoais, sentimentais ou até mesmo culturais, pois tentar ignorar algumas verdades – imutáveis, diga-se de passagem - pode vir a representar até um perigoso alienante intelectual.



Lógico que uma vez optando por um filme onde as diferenças são a base de sustentação para trama, é preciso estar preparado, livre de todo e qualquer preconceito e principalmente possuir sensibilidade suficiente para entrar na atmosfera do mesmo sem se deixar levar por um julgamento pré-concebido! Acho interessante destacar um diálogo, digamos, “curioso” que escutei, antes de entrar na sala.  O diálogo, protagonizado por um jovem casal que passava pelo corredor, foi mais ou menos assim:


Ela: -“Olha esse filme, amor! Super diferente!”

Ele, com olhos curiosos colados no cartaz: -“Ta louca! Essa é uma estória de... vai tá cheio de gay!”

Ela: “Ah, mas...”

Ele: “Mas nada, vamos embora... vamos, vamos...”



Bem, o amor é realmente lindo, mas eles estavam realmente no lugar errado! Talvez o preconceito os tenha impedido de entender um pouco mais sobre a repulsa que se perpetua por aí gratuitamente... se não me engano isso se chama intolerância... mas com os expectadores que privilegiaram a abertura da mostra, que aguardaram firme até o fim da estória para nutrir seus julgamentos – que pelos aplausos da última cena, devem ter sido positivos – a coisa fluiu diferente!

“De repente, Califórnia”, pra mim foi bem objetivo. A mensagem é clara. Fala de coragem, família, conflitos, preconceito, talentos e... amor, claro! Sinalizou um pouco do conflito interno que nos leva a tomar decisões difíceis na vida! Sobre a força de onde brotam as intenções mais sinceras – e nem sempre mais fáceis – e de como encontrá-las em meio a um caos interno que nasce fora da gente, mas que logo cedo é empurrado violentamente pra dentro, fazendo morada e se alimentando de tudo que envolve o medo e a insegurança!
...

Precisava falar da minha satisfação em assistir um bom filme como sempre faço com qualquer título que mexa com a minha emoção - e que considere pertinente e uma boa indicação para vocês que dividem um pouco do seu tempo com meus textos!

É isso, acho que falei o necessário, no mais, se puderem, assistam e comentem!

Beijo pra todo mundo,

Apolinário Jr.


MAIS SOBRE O ASSUNTO:
 
PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA BIVOLT DA DIVERSIDADE SEXUAL: http://www2.al.sesi.org.br/lazer/cinema/?vCod=-1579405957
SINOPSE: O filme retrata a trajetória de Zach (Trevor Wright), um promissor desenhista que tem de pesar a construção de sua própria identidade com as demandas externas, entre elas ajudar a sua irmã egoísta, sustentar a casa, cuidar do sobrinho. A mais importante de todas: assumir a homossexualidade e aceitar o que representa Shaun (Brad Rowe) em sua vida.

3 comentários:

Josianne disse...

Queria muito assistir esse filme.
O amor nasce pra cada um de uma maneira, o que importa será sempre o respeito e o carinho ao próximo,o resto será sempre lucro.
Nada é proibido quando existe amor verdadeiro.
E sobre o diálogo entre o casal... pra mim não existe diferença entre um romance que assistimos na tv entre sexos diferentes com um filme de casal homossexual, são tão bonitos quanto qualquer outro, e a mensagem não irá modificar por conta disso, cabe a sensibilidade de cada um entender o significado de um sentimento puro e verdadeiro!
Bjinhos.

Unknown disse...

Realmente precisamos parar de vez em quando para refletirmos sobre coisas e mudanças... só o que está morto não muda, pelo menos acredito muito nisso!

Brigo e acredito muito no poder transformador do respeito e acho que quanto maiores forem as diferenças, maiores serão so méritos daqueles que a administrarem da melhor forma possível.

Valeu pela dica de filme, viu? Achei interessante, fiquei curiosa. Acho que possuo sensibilidade suficiente para assistí-lo (graças a Deus).

Beijos,
Cris.

NANDITA CAYMMI disse...

eu vi o filme ...
achei super legal.. é bom abordar esse tema, sempre.. pra ver se cai tanto preconceito... rs.
"o mundo é gay, minha gente!" - by Christian pior.
E eu concordo! Q me perdoem os mais exaltados. rs...
bjosssssssssssssss e dica validíssima.

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