Notícias de fim de semana: "Só mais um pouquinho..."

Fazia tempo que não tinha um fim de semana tão produtivo!
Ontem a noite - e ainda mais hoje de manhã - só desejava mais algumas horas pra dar continuidade ao meu modésto - mas necessário -lazer! Era tudo que eu queria, mais um diazinho pra me dedicar a minha casa, aos meus livros, pra escutar música boa sem me preocupar com hora... Mas, já que para o que não há remédio, remediado está, vamos aos últimos relatos...

A diversão começou logo na sexta à noite e com o pé direito! Como divulguei aqui no blog, participei da marotona de filmes promovida pelo Cine SESI, que misturou música e cinema nacional de qualidade da melhor forma possível... Tive o prazer de assistir dois maravilhosos documentários que recomendo pra você agora:

Primeiro:

"Palavra (En)Cantada", um filme-documentário de Helena Solberg e Márcio Debellian. Em suma, uma análise feita por grandes artístas brasileiros (Chico Buarque, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Zélia Ducan, Tom Zé, Lenine etc.) a respeito da ligação da palavra falada com a palavra cantada, ou seja, entre música e poesia - aliás, na sua opinião, letra de música é poesia? -. Muitas coisas inteligentes e interessantes são discutidas em relação ao assunto e pra quem é ligado a temas dessa natureza como eu, isso é um prato cheio para nutrir momentos de reflexão e lazer! É uma pena que iniciativas como essas passem tão despercebidas da grande maioria do público! Acho sinceramente que as questões como as abordadas no filme "Palavra En-cantada" devem interessar a uma grande parte da população ligada em literatura e música! Eu gostei muito, recomendo!

Segundo: O impactante:"Simonal - Ninguém sabe o duro que dei"! FANTÁSTICO! Já tinha ouvido falar bastante desse filme - que tem como um dos diretores o Cláudio Manuel, do "Casseta e Planeta"... acho que esta deve ter sido a coisa mais séria que ele já fez, mesmo com muito bom-humor! - e estava até muito curioso pra assistir. São depoimentos marcantes, esclarecedores e emocionantes que auxiliam no entendimento de uma história nebulosa que permaneceu em silêncio até os dias atuais.

Para aqueles que - como eu - não conhecem quase nada sobre a obra e a vida desse artísta ultra-famoso dos anos 60, essa é uma ótima oportunidade de compartilhar um pouco mais da memória do seu país, porque é isso que o documentário proporciona pra gente: oportunidade de conhecimento e esclarecimento únicos. Inclusive, abrindo um parêntese nessa história toda, acho que estamos vivendo uma era de resgates na história da nossa música, pois assim como aconteceu com Simonal agora, temos assistido recentemente iniciativas semelhantes, com foi o caso da minissérie "Maysa - Quando fala o coração", dos excelente programas exibidos pela série "Por toda minha vida" - que retratou a vida de nomes como Nara Leão, Tim Maia, Dolores Duran, Elis Regina, Renato Russo etc. -, da TV Globo e até de uma série de biografias, como é o caso da excelente "Clara Nunes - Guerreira da Utopia", de Vagner Fernandes! Pra mim como expectador isso é algo maravilhoso, pois sou completamente fascinado pelas trajetórias de inúmeras personalidades que ajudaram a compor a nossa identidade musical atual!

Mas voltando ao filme, Simonal foi um verdadeiro fenômeno musical de sua época. Negro, filho de empregada doméstica, conseguiu o feito de ser classificado por muitos como o maior cantor do Brasil, era quase que uma unanimidade! Sabe, assistindo as cenas que foram mostradas na telona, analisando a forma como ele conduzia as platéias, as apresentações memoráveis - inclusive no Maracananzinho - ao lado de grandes astros internacionais, por um momento comparei sua tamanha popularidade com a da cantora Ivete Sangalo hoje em dia. É que ele era ousado, sabe, falava o que queria, falava em tabus na cara-de-pau e sem melindres e sempre interagia com seu público, divertindo e arrancando gargalhadas nos shows... Ele tinha "borogodó"! E foi através dessa comparação momentânea que me lembrei de um fato interessante... A primeira vez que escutei o nome de Wilson Simonal de forma que me chamou a atenção, foi quando a mesma Ivete Sangalo gravou em seu primeiro disco solo a música "Sá Marina"! Pois é, a canção fazia parte do seu repertório também! Coincidência, né?E falando em repertório, saiba que foi ele quem primeiro fez sucesso com a música "País Tropical" do Jorge Ben Jor e a parte da canção que fala as palavras pela metade - "Mó, no pa tro pi, abençoa por De..." - foi imortalizada por "Simona" também.

Com toda essa ascensão, naturalmente despertou muita inveja e todo mundo sabe que inveja é uma coisa miserável, né? No caso dele não foi diferente, esperaram só um pequeno deslize e pronto, conseguiram transformar a história de vida desse "show-man" numa das trajetórias mais tristes e até cruéis que já se registrou por essas bandas, ao ponto de despertar no artísta uma profunda depressão e renegá-lo ao mais completo abandono e esquecimento! Porque? Ih, acho que já falei demais! Procura o cinema mais próximo e vai assistir o desenrolar desse enredo que garanto que será bem mais divertido! Pra quem quiser mais detalhes, visite o blog: http://blog.simonal.com/.

Daí chegou o sábado e eu pude retomar um programa que adoro e que até já citei aqui: Andar pelo centro da cidade, percorrer alfarrabius, sentir o movimento da minha cidade! Trata-se de algo bem solitário mesmo, pessoal, mas adoro "cair no mundo" com esse intuito! Saio cedo de casa, tomo café numa padaria qualquer - de preferência misto quente com suco de laranja - e sigo meu caminho pela sombra! De chinelo e camiseta, ando pelos lugares mais remotos do Centro da cidade sem hora, sem destino certo e com tempo suficiente para parar, olhar, comprar! De tudo que vi, achei interessante levar pra casa o livro de Lucinha Araújo, "Só as mães são felizes", que serviu como base para o filme "Cazuza"! Fazia tempo que queria ler esse depoimento de mãe, mas como é muito antigo, me parece que estava fora de catálogo, mas nada que um bom "sebo" não resolva! Sei não, mas acredito que essa será uma leitura deliciosa e emocionante, claro! Depois falo mais sobre o livro aqui.

Momento coincidência: Imagine você que ao chegar em casa e folhear o livro, observei pela assinatura que a antiga dona era nada menos que uma prima minha! Mundo pequeno! Thaísa, seu livro está comigo! Um beijo!

Domingo foi um dia gostoso, dia de comer bolo! Estive entre amigos e familiares na comemoração dos "vinte e poucos anos" - acho que assim fica melhor para não revelar segredos alheios - da minha irmã - caçula - Wanessa! Momentos assim são sempre muito legais, aproximam, divertem, inspiram! Um beijão pra todo mundo que tava lá!

De noite, aproveitei pra ver TV, vi coisas interessantes como Marília Gabriela, "Irritando Fernanda Yang", o "Saia Justa", que tratou do filme do Simonal como pauta principal e o especial "Elas cantam Roberto", na TV Globo! Quem viu? O que achou? Lindas canções, né? Me surpreendi com a receptividade do público para Ana Carolina! Cantou lindo ela, achei que levantou a platéia, empolgou!

Acho que é isso, crianças! Não é surpresa nenhuma pra vocês que ainda tinha muuuiiitttas outras coisas pra falar, né? Mas por hoje tá de bom tamanho, já tem bastante informação!

Beijo e boa semana, ok?

Fui...

Jr.