"Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela, que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
- Pudesse eu copiar o transparente lume, que, da grega coluna á gótica janela, contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:
- Pesa-me esta brilhante aureola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela... Porque não nasci eu um simples vaga-lume?"
- Quem me dera que fosse aquela loura estrela, que arde no eterno azul, como uma eterna vela !
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
- Pudesse eu copiar o transparente lume, que, da grega coluna á gótica janela, contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !
Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela claridade imortal, que toda a luz resume !
Mas o sol, inclinando a rutila capela:
- Pesa-me esta brilhante aureola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela... Porque não nasci eu um simples vaga-lume?"
Machado de Assis.
2 comentários:
Que lindooo!!!!
Beijo grande
Dinha
simples assim...
e complexo como Machado.
Lindo.
amei!
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