Dedico o post de hoje a todos os artistas, cantores, poetas, escritores, jornalistas, músicos, atores, cinéfilos, amantes da boa música e a todos que estivem em dia com o alimento da alma!
Não foi uma, nem duas, as vezes que esse assunto veio a tona aqui no blog. Aqueles que frequentam o espaço a algum tempo ou aqueles que tiveram a curiosidade de ler os posts mais antigos, certamente já se depararam com as minhas lamúrias em relação a falta de espaço para cultura em Maceió... isso rendeu até uma enquete, onde eu perguntava qual o tipo de arte que mais agradava a maioria (venceu a música!).
Não, ainda não cansei de tocar no assunto! Ainda mais quando leio um texto com colocações tão felizes como aconteceu no último domingo, dia 28/06/09, no caderno B do jornal “Gazeta de Alagoas”. A matéria “Controle de qualidade” – de Elexsandra Morone e Fernando Coelho - falou alto e reascendeu minhas convicções em relação ao tema. Faço questão de destacá-lo hoje porque vejo, finalmente, um assunto tão necessário e carente de discussões, ser tratado de maneira coerente e imparcial num veículo de comunicação de grande circulação.
Durante a matéria eu fui encontrando vários elementos familiares, recorrentes nos meus textos, como as constatações que apontam a fragilidade cultural da minha cidade: falta de atendimento especializado e acervos limitados das livrarias, poucas livrarias, o preço elevado dos ingressos de shows e espetáculos teatrais, a falta de lojas especializadas em música, a decadência dos cinemas, enfim, como eu disse, mais do mesmo... ah, destacou outros pontos também: a internet como principal solução para aquisição desses produtos e os sebos como uma ótima oportunidade para garimpar pérolas. (Lembra quando falei a mesma coisa?)
Me questiono corriqueiramente e lanço pra vocês essa interrogação: como pode uma capital com quase um milhão de habitantes sobreviver com apenas cinco – precárias e decadentes, diga-se de passagem - salas de cinema? Quer dizer, agora são quatro, pois o local onde funciona o Cine-SESI, na Pajuçara, entrou em reforma e não reabrirá tão cedo - uma pena, porque lá, a exemplo do SESC (Dá-lhe Guilherme e equipe) também, ainda se podia assistir a programações excelentes de filmes que não entram em cartaz nas principais salas -. Para uma breve comparação, tomemos como exemplo a cidade de Aracaju, nossa vizinha, que apesar de menor, conta com a invejável estrutura do CINEMARK – que, dizem, se instalará por aqui também, mesmo que tardiamente, melhor que nunca -. São várias salas, decentes, ampla programação diária, serviço diferenciado, sem falar numa pipoca deliciosa! (risos).
Pense: quantos filmes e documentários fantásticos não deixamos de assistir por falta de espaço na programação dessas míseras 04 salas disponíveis hoje aqui? E porque pagar caro numa sessão de cinema onde não podemos usufruir de um conforto mínimo nas acomodações, tão pouco com usufruir de uma imagem e som de qualidade? (Coisas já tão comum em outras tantas capitais!)... sem falar nas filas imensas nos fins de semana!
Seria tudo culpa – provavelmente – da falta de uma concorrentes para o Grupo Severiano Ribeiro? Pela lógica capitalista em vigor, se existe um lucro farto sustentado a base de pouco investimento, pra que mexer em time que está ganhando (lucrando)? Depois querem entender porque os filmes piratas estão em 08 a cada 10 casas com aparelho de DVD!
Outro assunto que me aflige muito (repito, repito e repito), é a ausência de uma loja especializada em música... na venda de cd´s e DVD´s. Sei que a desculpa recorrente do crescimento da pirataria pode ser usada como justificativa, os downloads, mas ainda assim contesto, pois acervos como o da gravadora “Biscoito fino” e de uma infinidade de discos importados, por exemplo, não chegam as mão dos famigerados “piratas”, nem tão pouco despertam interesse nos mesmos. Só os títulos mais “populares” são rentáveis! Não é comum achar trabalhos de Chico Buarque, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Zélia Ducan, Mariana Aydar, Mônica Salmaso, Virgínia Rodrigues, Mariene de castro, Pedro Mariano, Elza Soares, Leila Pinheiro, Cesária Évora e de tantos artistas do mesmo naipe, numa banquinha de CD/ DVD pirata... a não ser quando um desses ídolos morre, porque aí provoca-se uma comoção nacional e todo mundo passa a gostar e ser fã do artista que partiu (convenhamos!)... só assim esses produtos passam a ser lucrativos.
Sobre os preços cobrados em shows e peças teatrais, não vou me repetir, quem quiser saber o que acho, leia o post : http://dapoesiaaocaos.blogspot.com/2009/05/dica-de-fim-de-semana-voce-tem-fome-de.html
Não, ainda não cansei de tocar no assunto! Ainda mais quando leio um texto com colocações tão felizes como aconteceu no último domingo, dia 28/06/09, no caderno B do jornal “Gazeta de Alagoas”. A matéria “Controle de qualidade” – de Elexsandra Morone e Fernando Coelho - falou alto e reascendeu minhas convicções em relação ao tema. Faço questão de destacá-lo hoje porque vejo, finalmente, um assunto tão necessário e carente de discussões, ser tratado de maneira coerente e imparcial num veículo de comunicação de grande circulação.
Durante a matéria eu fui encontrando vários elementos familiares, recorrentes nos meus textos, como as constatações que apontam a fragilidade cultural da minha cidade: falta de atendimento especializado e acervos limitados das livrarias, poucas livrarias, o preço elevado dos ingressos de shows e espetáculos teatrais, a falta de lojas especializadas em música, a decadência dos cinemas, enfim, como eu disse, mais do mesmo... ah, destacou outros pontos também: a internet como principal solução para aquisição desses produtos e os sebos como uma ótima oportunidade para garimpar pérolas. (Lembra quando falei a mesma coisa?)
Me questiono corriqueiramente e lanço pra vocês essa interrogação: como pode uma capital com quase um milhão de habitantes sobreviver com apenas cinco – precárias e decadentes, diga-se de passagem - salas de cinema? Quer dizer, agora são quatro, pois o local onde funciona o Cine-SESI, na Pajuçara, entrou em reforma e não reabrirá tão cedo - uma pena, porque lá, a exemplo do SESC (Dá-lhe Guilherme e equipe) também, ainda se podia assistir a programações excelentes de filmes que não entram em cartaz nas principais salas -. Para uma breve comparação, tomemos como exemplo a cidade de Aracaju, nossa vizinha, que apesar de menor, conta com a invejável estrutura do CINEMARK – que, dizem, se instalará por aqui também, mesmo que tardiamente, melhor que nunca -. São várias salas, decentes, ampla programação diária, serviço diferenciado, sem falar numa pipoca deliciosa! (risos).
Pense: quantos filmes e documentários fantásticos não deixamos de assistir por falta de espaço na programação dessas míseras 04 salas disponíveis hoje aqui? E porque pagar caro numa sessão de cinema onde não podemos usufruir de um conforto mínimo nas acomodações, tão pouco com usufruir de uma imagem e som de qualidade? (Coisas já tão comum em outras tantas capitais!)... sem falar nas filas imensas nos fins de semana!
Seria tudo culpa – provavelmente – da falta de uma concorrentes para o Grupo Severiano Ribeiro? Pela lógica capitalista em vigor, se existe um lucro farto sustentado a base de pouco investimento, pra que mexer em time que está ganhando (lucrando)? Depois querem entender porque os filmes piratas estão em 08 a cada 10 casas com aparelho de DVD!
Outro assunto que me aflige muito (repito, repito e repito), é a ausência de uma loja especializada em música... na venda de cd´s e DVD´s. Sei que a desculpa recorrente do crescimento da pirataria pode ser usada como justificativa, os downloads, mas ainda assim contesto, pois acervos como o da gravadora “Biscoito fino” e de uma infinidade de discos importados, por exemplo, não chegam as mão dos famigerados “piratas”, nem tão pouco despertam interesse nos mesmos. Só os títulos mais “populares” são rentáveis! Não é comum achar trabalhos de Chico Buarque, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Zélia Ducan, Mariana Aydar, Mônica Salmaso, Virgínia Rodrigues, Mariene de castro, Pedro Mariano, Elza Soares, Leila Pinheiro, Cesária Évora e de tantos artistas do mesmo naipe, numa banquinha de CD/ DVD pirata... a não ser quando um desses ídolos morre, porque aí provoca-se uma comoção nacional e todo mundo passa a gostar e ser fã do artista que partiu (convenhamos!)... só assim esses produtos passam a ser lucrativos.
Sobre os preços cobrados em shows e peças teatrais, não vou me repetir, quem quiser saber o que acho, leia o post : http://dapoesiaaocaos.blogspot.com/2009/05/dica-de-fim-de-semana-voce-tem-fome-de.html
(...)
E mais, garanto que essa realidade não é difícil só pro morador da cidade... eu, que lido com a atividade do turismo no estado diariamente, pergunto: o que fazer em Maceió num dia de chuva, por exemplo? Alguns sinalizam imediatamente os museus, contudo, há controvérsias. Os principais museus da cidade, digo, os que realmente possuem um acervo que justifique uma visita, não abrem suas portas nos fins de semana – como bem destaca a matéria – e isso é um sinal claro que estamos muito acostumados a enxergar o nosso paradisíaco – e agredido – litoral, aliado a nossa cervejinha de fim de semana, como alimento suficiente para nossa fome de cultura. Não é a toa que vários conhecidos ficam irreconhecíveis ao entrarem em contato com a realidade de grande metrópoles como São Paulo, por exemplo... as descobertas de uma vida cultural ativa passam a ser a oitava maravilha do mundo! Sem cultura, somos todos “gecas”!
Sei que não podemos generalizar esse quadro! Sei que muita gente faz – ou pelo menos tenta fazer – as coisas acontecerem, mesmo andando na contramão dos fatos para não repetir os mesmos erros. Entendo que é preciso se lançar um olhar crítico sobre os serviços que – não – nos são oferecidos e nos posicionarmos! O que será preciso acontecer para que Maceió passe a se preocupar de verdade com a qualidade da cultura que respira? Quando será que teremos mais acessibilidade a “arte para qualquer parte”? Quantos mais brilhantes profissionais e novos talentos perderemos por não oferecer espaço para que desenvolvam seus talentos?
Responda-me quem souber... por enquanto eu fico aqui, lamentando e registrando tudo que os meus olhos alcançam!
Ainda sobre a matéria, constatações apontadas pelos jornalistas através de pesquisas:
CINEMAS:
-Número reduzido de salas de exibição
-Pouca diversidade na programação
-Filas e péssimo atendimento.
TEATROS:
-Calendários irregulares
-Falta de estrutura
-Preço elevado dos ingressos
-Localização
-mau aproveitamento dos espaços.
LIVRARIAS:
-Acervo limitado
-Falta de atendimento especializado.
CASAS NOTURNAS/ BARES:
-Pouca diversidade musical
-Carência de shows de artistas nacionais
-Poucas opções para petiscar
-Desconforto.
GALERIAS DE ARTE/ MUSEUS:
-Falta de exposição sistematizada
-Falta de guias preparados
-Não-funcionamento durante feriados e fins de semana
-Falta de sinalização
-Carência de exposições de artistas nacionais.
Depois de passado o susto inical por conta do título da postagem, deixo o meu tradicional BEIJÃO e reafirmos nosso encontro diário amanhã aqui...
Obrigado pela visita!
Jr.
7 comentários:
JUNIOR QUE INTERESSANTE SEU BLOG AH... E CHIQUÉRRIMO TB, MUITO BONITO. PARABÉNS! CLARISSE
Putz... Falar o que, Jr.? Se vc e os jornalistas já falaram (da verdade - nua, crua - terrivelmente cruel)...
Fica meu 'minuto de silêncio', visto um evidente velório cultural sem propósito.
Resta-me (dor)m(ir) e renascer numa outra manhã de fênix.
Parabéns pelo belo texto. Platão diria que o melhor dele está no mundo das ideias. Eu AFIRMO que o 'mundo das ideias' de A.Jr. é incomparável!
ABRAÇÃO!
Prêmio Lego 2009
As inscrições para o Prêmio Lego de Literatura 2009 estarão abertas no período de 1º de julho a 31 de agosto de 2009, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 9h às 17h. Cada concorrente poderá inscrever no máximo uma obra em cada categoria. O trabalho inscrito deverá se constituir em um livro de poemas, contos ou romance apresentado na modalidade impressa, sem utilizar recursos em outras mídias. O livro deverá ser inédito, isto é: nunca ter sido publicado por qualquer meio impresso ou eletrônico. Leia mais.
Cine Sesc
O Cine Sesc apresenta nesta quinta-feira, 2, às 19h, no Teatro Jofre Soares, Centro, o filme Cão de Briga, seguido de palestra e debate. Entrada franca. Informações: 3326-3133.
Música
O projeto Maceió Viva Cultura leva para o palco do Posto 7, na praia de Jatiúca, a partir das 17h, a banda Barba de Gato, o músico Félix Baigon e o Coco de Roda Reis do Cangaço.
Literatura
Abertas inscrições para o curso "Quem lê um conto alimenta um sonho," com a escritora Arrieta Vilela. O curso começa na próxima segunda-feira, 6 de julho. Informações pelo email: arrietevilela@yahoo.com.br
Mais literatura
A professora e escritora Margarida de Mesquita lança hoje o livro "As marcas do tempo". A noite de autógrafos acontece a partir de 19h, na casa Jorge de Lima, na praça Sinimbú. Mais informações: 3334-2042.
Chorinho no Sebo
Toda quinta-feira, o sebo livro lido, na Rua Sá e Albuquerque, Jaraguá, realiza uma sessão de chorinho com músicos alagoanos, a partir das 18h. A apresentação conta com os músicos Wellington Pinheiro, no bandolim; Wilbert Fialho, violão; Clóvis, no surdo; e Ramires, no pandeiro.
Projeto Linda
Mais uma edição do projeto Linda será realizada nesta sexta-feira, 3, com a apresentação dos cantores Rui Agostinho e Luiz Pompe. Também será aberta a exposição O Passar do Tempo, da artista plástica Marcinha Normande. A programação começa às 20h e é aberta ao público gratuitamente. Mais informações: 3315-9927.
Vânia Laurentino
Menino,
Interessante como você consegue despertar na gente uma visão crítica sobre muitas coisas! EU ADORO ESTAR aqui! Parabéns pelo seu talento!
Bjos,
Cris.
Oi Jr. vc chamou e eu vim!! Realmente estava uns dias sem comentar,porem lia todos os posts.
Como é que pode uma cidade tão visitada com Maceió não ter nenhuma base cultural,nem mesmo uma simples sala de cinema que é algo literalmente básico em qualquer lugar desse país, e aqui é uma grande ilusão ir ao cinema, pagamos caro e o retorno é pessimo...infelizmente!
Nossas livrarias são muito "carentes" de cultura, ou então imaginam que nós alagoanos somos todos complexados e infelizes pelo o número de livros de auto-ajuda disponivéis, outros grandes escritores brasileiros ficam de fora das prateleiras alagoanas.
Como ja comentei contigo, quando eu tinha uns 12 anos fui a uma bienal do livro que aconteceu em um hotel na Pajuçara, foi muito legal com direito a vários espaços, lembro que fiz festa nos livros infantis..kkkkk...PASSADO TOTAL!
Sobre shows...a Petrobras ainda trouxe bons cantores com preços ótimos para o Centro de Convenções, mas isso também ja faz alguns meses...estou ansiosa com o zum-zumz-um de que o próximo artista será Seu Jorge.Vamos torce que seja verdade.
Bom, por enquanto que nada é feito, vamos suprindo nossas necessidades em sites de livrarias e alguns documentários na tv.
Beijooooos.
Ai ai, a história sempre se repete ou se mantem estática? A sensação é que a cada passo à frente, damos dois, ou talvez três, para trás. Mas chega de se lamentar, né? O negócio é fazer! E a sua parte tá sendo feita com bastante propriedade, meu querido! Provoque mesmo. Provoque daí, que a gente provoca de cá... A transformação se dá no caminhar!
Seu blog já está na minha lista de favoritos... Visitarei-o com mais frequencia, me aguarde!
Beijos e até!
Parabéns pelo texto mais uma vez Junior. Admiro sua maneira de expor de forma simples e objetiva sua visão de mundo e realidade dos fatos, sem fugir da verdade e tr a audácia de falar o que realmente pensa!
Beijo grande!!
Dinha
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