Quinta do caos: "O lance é incomodar"

Parece coisa combinada pra provocar um certo constrangimento na gente... "é a treva" tomando conta das regulamentações profissionais no país.

Veja só você, enquanto o curso de jornalismo perde força e a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão, gerando muita indignação por aí (e por aqui), os flanelinhas de Brasília e Porto Alegre, ao contrário dos seus "colegas" jornalistas, tem muito o que comemorar: suas profissões acabam de ser reconhecidas, regulamentadas no último dia 03... quer dizer, o site da Folha diz: "A profissão existe desde que uma lei federal foi sancionada em 1975 e regulamentada dois anos depois. Só agora, porém, o governo determinou normatização local e fiscalização". Então esse é um assunto antigo e provavelmente uma forte tendência...

Em Brasília, até a segunda quinzena de julho as primeiras turmas já deverão estar formadas e atuando nas ruas da cidade, o que representa outro grande privilégio: capacitação em tempo recorde e inclusão no mercado de trabalho garantida! A cidade do Rio de Janeiro e de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo já manifestaram interesse nessa novidade...

Sem rodeios, vou confessar pra você: sinceramente, morri de inveja! Sim, porque até eu, Bacharel em Turismo desde 2005, oriundo de um curso que foi instituído no Brasil, salvo engano, em 1971 -formando e preparando especialistas para encarar cientificamente o universo complexo dessa atividade - nunca tive o privilégio e a honra de existir e ser legalizado... já ouvi muitas vezes: "turismólogo não existe"! Engoli sêco, mas embora isso não seja verdade, também não posso dizer que é mentira!

Num súbito devaneio chego até a me questionar: será que escolhi a profissão errada? E veja que curioso, se não tivesse me formado em Turismo, certamente, pela identificação com a palavra escrita, teria optado pelo jornalismo... realmente uma ironia!

(...)

Pela nova lógica, iniciada com a decisão do STF em abolir a necessidade de diploma superior para exercer a profissão de jornalista, faz-se necessário observar: se o ex-flanelinha - hoje guardador de carro profissional ou protetores do patrimônio - uma vez encorajado, resolver publicar um texto, assinar uma matéria de jornal ou um projeto qualquer na área de turismo nos estados citados, tudo bem, tudo certo. Porém, se eu ou qualquer jornalista resolver desenvolver um trabalho de guardador de carro profissional - ou ex-flanelinha - não poderemos, pois aí estaremos indo de encontro a lei! É isso mesmo? Entendi certo? Putz, tragam meu "tchai"!

Justificativa para medida: "proteger" o cidadão do crescente assedio dos flanelinhas - que existem em todo país, consequentemente, não demora e a lei estará valendo para todo território nacional -. O que isso quer dizer em outras palavras? Se você deseja alguma coisa no Brasil, pra conseguir vai ter que incomodar! Incomodar muita gente! Isso mesmo, o estranho silêncio dos jornalistas e a falta de organização dos bacharéis e técnicos de turismo não vão ajudar em nada... o caminho para valorização profissional é justamente o contrário! Aprendamos com os fla... quer dizer, com os guardadores do patrimônio!

Ao mesmo tempo em que parabenizo os (ex)flanelinhas contemplados com a medida, visto que, brincadeiras a parte, isso ajudará a moralizar um pouco as ruas por onde, atualmente, brasilienses e gaúchos andarão, declaro publicamente minha bem-humorada "dor de cotovelo" e chamo todos a uma reflexão e discussão! O que cê acha sobre isso, hein?

Algumas fontes da notícia:


http://www.jornalalobrasilia.com.br/ultimas/?tipo=NOT&Desc=&IdNoticia=23284


http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u591098.shtml



http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u588899.shtml

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u588899.shtml

Beijo carinhoso a todos!

Té breve...

Jr.