Eu continuo fã de música boa e me preservo sem preconceitos em relação a ela também. Meu acervo cresce a cada mês, resistindo bravamente a maldita pirataria que se alastrou como praga bíblica e acabou por fechar lojas, diminuir o ritmo de produção dos artistas e prejudicar os verdadeiros fãs da música como eu! A coisa chegou a um ponto que na minha cidade, por exemplo, não existem mais lojas especializadas em música. Isso é coisa do passado. Cd´s e dvd´s originais só em lojas de departamento. Diante do fato, a minha única saída foi me tornar refém dos altos fretes cobrados pela Internet, que encarecem ainda mais o valor de um produto que já não é barato. Ainda assim, agradeço por ele existir.
Observo que algumas gravadoras vem resistindo à essa luta como podem e com isso, sabiamente experimentam novas fórmulas para alcançar preços mais acessíveis, como é o caso do “cd zero”- um formato simples, contendo só 05 músicas do cd oficial - e o formato comercial mais simples, também conhecido como “Digi pack” – o cd completo, mas comercializado com material inferior, com poucas informações e sem encarte -. Infelizmente isso ainda não foi suficiente, porque ambas as possibilidades trazem consigo um grau diferente de prejuízo para o consumidor! Economiza-se no financeiro, perde-se em qualidade...
Antigamente as coisas não deviam ser tão difíceis pra quem vivia de música... Sabe, é engraçado, embora tenha alcançado o tempo de predominância do “vinil”, nunca gostei dos antigos “bulachões”, como a gente costumava chamar lá em casa! Optava sempre pelos k-7. Tinha inúmeras fitas, uma coleção tão grande quanto a que tenho agora em cd´s! Sempre gostei da coisa mais compacta. Particularmente não entendia como as pessoas podiam preferir aqueles discos imensos, complicados de guardar, de deslocar, aquelas capas de papel, desprotegidas, e a incontestável fragilidade das “bolachas pretas”, que muito facilmente arranhavam, retorciam, estragavam... Sem mencionar aquele som peculiar e irritante, “pipocando” entre uma faixa e outra com o passar do tempo. Manter um LP em pleno estado de funcionamento e até resignar-se em eternizá-lo com as características originais, deveria – e pra muitos ainda deve - exigir um trabalho imenso.
Daí, o mundo girou, o tempo passou e um futuro melhor foi se anunciando – pra mim, pelo menos -. Apareceu a mídia no formato de “Cd”... O compact-disc! Hum... Fantástico! Moderno, compacto, som puro, livre de ruídos inconvenientes, muito mais faixas a disposição, e mais, apenas um lado contendo todas as músicas e acabando com a necessidade de levantar no melhor da festa pra mudar o lado do disco, isso pra não dizer o mínimo. A partir dali, o mercado fonográfico nunca mais seria o mesmo e não foi mesmo. Popularizaram-se os preços dos novos aparelhos digitais em substituição às antigas “radiolas três em um” - começamos a nos viciar em funções como “pause”, “repeat”, “program”, “equalizer”, “random”, “bass”, “memory”, “timer” etc -. Impossível resistir a mudanças tão radicais e a uma oferta de conforto tão acessível e diferente. Eu não pensei duas vezes, era o que eu estava esperando e não sabia...
Na seqüência, quando as novas mídias já eram quase que absolutas no gosto popular, surge a criação de programas e aparelhos copiadores de cd, computadores com o equipamento acoplado, além da comercialização das mídias virgens para uso doméstico... Um ponto de vista interessante nesse aspecto é o do cantor Djavan, que em entrevista recente afirmou sabiamente que a pirataria começa a existir exatamente aí, a partir da facilidade de reprodução que a própria indústria eletrônica proporcionou! Disse: “Quando o homem criou o CD, o CD player e, em seguida, criou o duplicador de CD, ele ensinou como se faz CD em casa. Então, a própria indústria ensinou como fazer a pirataria”. Se repararmos, faz total sentido! Embora a intenção – provavelmente - não fosse essa, indiretamente forneceu ferramentas para os conhecidos “mais espertos” exercessem sua inescrupulosa esperteza!
Bem, mas voltando ao ponto central da conversa, não deu outra... O vinil acabou virando mesmo “peça de museu”. Existente apenas nas, cada vez mais raras, coleções dos seus amantes verdadeiros ou amontoados nas prateleiras dos sebos pelo país. As pessoas que permaneceram fiéis aos seus pontos de vista, resistiram e renegaram, com todas as forças, a forma de mídia moderna! Mesmo diante das várias melhorias que foram apresentadas com os avanços da tecnologia, isso não foi suficiente para ser unânime! Esse ponto de vista já foi mostrado até mesmo no cinema, com o bom filme: ”Durval Discos”, de Anna Muylaert. Particularmente falando, por tudo isso, até um tempo atrás, entendia menos ainda esse gosto duvidoso de alguns, que eu julgava ser a pior das alternativas...
Você deve estar querendo saber onde quero chegar com essa conversa toda... É que a indústria da música, ao que tudo indica, mudará novamente! E serei pragmático em relação a esse fato: Num momento não muito distante, sofreremos mais uma potencial “extinção” entre as atuais formas de se comercializar música no mundo. Tal transformação já começou a ser planejada... Já se fala abertamente nos tele-jornais e revistas especializadas em música sobre a provável “extinção do cd”. O fato é mencionado toda vez que o assunto em discussão são os prováveis novos rumos da música mundial! A bola da vez é o “dowlowd”! Prático, rápido, cômodo, barato. A nova onda é baixar músicas pela Internet e abarrotá-las, nos cada vez mais populares, aparelhos de mp3 etc. Lugares pra fazer isso não faltam, são incontáveis, não param de crescer no mundo globalizado digitalmente... Nos sites de algumas gravadoras já é possível se comprar faixas únicas ao invés de cd´s inteiros! Reconheço, boa parte das pessoas hão de preferir o caminho mais fácil.
Tem mais um importante detalhe: o menu virtual de dowlowds é vastíssimo. Vai desde super lançamentos, passando por relíquias – a maioria já fora de catálogo - e até faixas inéditas que ficaram de fora de trabalhos dos artistas, conseguidas sabe-se lá Deus como... Portanto, raridades estas que provavelmente só estarão acessíveis através dessa prática ou perdidas para sempre. Irresistível! Os próprios artistas, principalmente aqueles que tem encontrado dificuldade para lançar seus novos trabalhos através das grandes gravadoras – e das pequenas também -, tem disseminando seus singles através das suas páginas na web... E lógico, tem dado muito certo! Até eu, amante e comprador compulsivo dos ameaçados cd´s, confesso: também baixo músicas... E mais, adoro fazê-lo! A diferença é que quando encontro esse mesmo trabalho nas lojas, quando ele é importante pra mim, compro! Faço questão. Não suporto a palidez dos cd´s virgens. Mesmo depois de gravados continuam apáticos. Não são bem-vindos à minha coleção a não ser que sejam extremamente necessários!
E aí, caro amigo (a), acho que já deu pra perceber onde quero chegar finalmente. Sentir o meu drama. Simples: sinto-me hoje tão ameaçado quanto os amantes do incompreendido vinil há algumas décadas... Igualzinho ao “Durval Discos”! Hoje descubro-me compreendendo mais do que ninguém os motivos que os fizeram defender com tanta veemência suas opções! Preferências são preferências... Não há o que discutir.
Ponto de reflexão pessoal... Penso hoje: o que serei eu daqui a alguns anos sem meus cd´s? Como posso considerar o fato de nunca mais entrar numa loja e passar horas revirando seu acervo? Permanecendo lá até ficar tonto de tanto revirar suas sessões e garimpar suas raridades... Como será viajar e não poder programar em quantas lojas diferentes de música vou poder entrar... Onde eu vou me enfurnar nos aeroportos durante os constantes atrasos dos vôos? Que pessoa amarga serei eu sem a chance de folhear demoradamente os encartes dos lançamentos dos meus artistas preferidos, após várias tentativas de rasgar aquele “plásticozinho safado” que envolve o cd, alimentando sempre aquela ansiedade gostosa? Provavelmente serei alguém bem mais inconformado! Ainda preciso disso e toda essa perspectiva pragmática verdadeiramente me apavora!
Pois é, tem jeito não... Eis que o mundo transforma-se novamente! Ingênuo foi quem pensou que as coisas estacionariam nesse campo. O tempo reinventa-se de novo... Agora chegou minha hora de ser solidário aos amantes do vinil e, por via das dúvidas, começar a reunir o maior número possível daquilo que eu classifico hoje como: “futuras peças de museu”...
Observo que algumas gravadoras vem resistindo à essa luta como podem e com isso, sabiamente experimentam novas fórmulas para alcançar preços mais acessíveis, como é o caso do “cd zero”- um formato simples, contendo só 05 músicas do cd oficial - e o formato comercial mais simples, também conhecido como “Digi pack” – o cd completo, mas comercializado com material inferior, com poucas informações e sem encarte -. Infelizmente isso ainda não foi suficiente, porque ambas as possibilidades trazem consigo um grau diferente de prejuízo para o consumidor! Economiza-se no financeiro, perde-se em qualidade...
Antigamente as coisas não deviam ser tão difíceis pra quem vivia de música... Sabe, é engraçado, embora tenha alcançado o tempo de predominância do “vinil”, nunca gostei dos antigos “bulachões”, como a gente costumava chamar lá em casa! Optava sempre pelos k-7. Tinha inúmeras fitas, uma coleção tão grande quanto a que tenho agora em cd´s! Sempre gostei da coisa mais compacta. Particularmente não entendia como as pessoas podiam preferir aqueles discos imensos, complicados de guardar, de deslocar, aquelas capas de papel, desprotegidas, e a incontestável fragilidade das “bolachas pretas”, que muito facilmente arranhavam, retorciam, estragavam... Sem mencionar aquele som peculiar e irritante, “pipocando” entre uma faixa e outra com o passar do tempo. Manter um LP em pleno estado de funcionamento e até resignar-se em eternizá-lo com as características originais, deveria – e pra muitos ainda deve - exigir um trabalho imenso.
Daí, o mundo girou, o tempo passou e um futuro melhor foi se anunciando – pra mim, pelo menos -. Apareceu a mídia no formato de “Cd”... O compact-disc! Hum... Fantástico! Moderno, compacto, som puro, livre de ruídos inconvenientes, muito mais faixas a disposição, e mais, apenas um lado contendo todas as músicas e acabando com a necessidade de levantar no melhor da festa pra mudar o lado do disco, isso pra não dizer o mínimo. A partir dali, o mercado fonográfico nunca mais seria o mesmo e não foi mesmo. Popularizaram-se os preços dos novos aparelhos digitais em substituição às antigas “radiolas três em um” - começamos a nos viciar em funções como “pause”, “repeat”, “program”, “equalizer”, “random”, “bass”, “memory”, “timer” etc -. Impossível resistir a mudanças tão radicais e a uma oferta de conforto tão acessível e diferente. Eu não pensei duas vezes, era o que eu estava esperando e não sabia...
Na seqüência, quando as novas mídias já eram quase que absolutas no gosto popular, surge a criação de programas e aparelhos copiadores de cd, computadores com o equipamento acoplado, além da comercialização das mídias virgens para uso doméstico... Um ponto de vista interessante nesse aspecto é o do cantor Djavan, que em entrevista recente afirmou sabiamente que a pirataria começa a existir exatamente aí, a partir da facilidade de reprodução que a própria indústria eletrônica proporcionou! Disse: “Quando o homem criou o CD, o CD player e, em seguida, criou o duplicador de CD, ele ensinou como se faz CD em casa. Então, a própria indústria ensinou como fazer a pirataria”. Se repararmos, faz total sentido! Embora a intenção – provavelmente - não fosse essa, indiretamente forneceu ferramentas para os conhecidos “mais espertos” exercessem sua inescrupulosa esperteza!
Bem, mas voltando ao ponto central da conversa, não deu outra... O vinil acabou virando mesmo “peça de museu”. Existente apenas nas, cada vez mais raras, coleções dos seus amantes verdadeiros ou amontoados nas prateleiras dos sebos pelo país. As pessoas que permaneceram fiéis aos seus pontos de vista, resistiram e renegaram, com todas as forças, a forma de mídia moderna! Mesmo diante das várias melhorias que foram apresentadas com os avanços da tecnologia, isso não foi suficiente para ser unânime! Esse ponto de vista já foi mostrado até mesmo no cinema, com o bom filme: ”Durval Discos”, de Anna Muylaert. Particularmente falando, por tudo isso, até um tempo atrás, entendia menos ainda esse gosto duvidoso de alguns, que eu julgava ser a pior das alternativas...
Você deve estar querendo saber onde quero chegar com essa conversa toda... É que a indústria da música, ao que tudo indica, mudará novamente! E serei pragmático em relação a esse fato: Num momento não muito distante, sofreremos mais uma potencial “extinção” entre as atuais formas de se comercializar música no mundo. Tal transformação já começou a ser planejada... Já se fala abertamente nos tele-jornais e revistas especializadas em música sobre a provável “extinção do cd”. O fato é mencionado toda vez que o assunto em discussão são os prováveis novos rumos da música mundial! A bola da vez é o “dowlowd”! Prático, rápido, cômodo, barato. A nova onda é baixar músicas pela Internet e abarrotá-las, nos cada vez mais populares, aparelhos de mp3 etc. Lugares pra fazer isso não faltam, são incontáveis, não param de crescer no mundo globalizado digitalmente... Nos sites de algumas gravadoras já é possível se comprar faixas únicas ao invés de cd´s inteiros! Reconheço, boa parte das pessoas hão de preferir o caminho mais fácil.
Tem mais um importante detalhe: o menu virtual de dowlowds é vastíssimo. Vai desde super lançamentos, passando por relíquias – a maioria já fora de catálogo - e até faixas inéditas que ficaram de fora de trabalhos dos artistas, conseguidas sabe-se lá Deus como... Portanto, raridades estas que provavelmente só estarão acessíveis através dessa prática ou perdidas para sempre. Irresistível! Os próprios artistas, principalmente aqueles que tem encontrado dificuldade para lançar seus novos trabalhos através das grandes gravadoras – e das pequenas também -, tem disseminando seus singles através das suas páginas na web... E lógico, tem dado muito certo! Até eu, amante e comprador compulsivo dos ameaçados cd´s, confesso: também baixo músicas... E mais, adoro fazê-lo! A diferença é que quando encontro esse mesmo trabalho nas lojas, quando ele é importante pra mim, compro! Faço questão. Não suporto a palidez dos cd´s virgens. Mesmo depois de gravados continuam apáticos. Não são bem-vindos à minha coleção a não ser que sejam extremamente necessários!
E aí, caro amigo (a), acho que já deu pra perceber onde quero chegar finalmente. Sentir o meu drama. Simples: sinto-me hoje tão ameaçado quanto os amantes do incompreendido vinil há algumas décadas... Igualzinho ao “Durval Discos”! Hoje descubro-me compreendendo mais do que ninguém os motivos que os fizeram defender com tanta veemência suas opções! Preferências são preferências... Não há o que discutir.
Ponto de reflexão pessoal... Penso hoje: o que serei eu daqui a alguns anos sem meus cd´s? Como posso considerar o fato de nunca mais entrar numa loja e passar horas revirando seu acervo? Permanecendo lá até ficar tonto de tanto revirar suas sessões e garimpar suas raridades... Como será viajar e não poder programar em quantas lojas diferentes de música vou poder entrar... Onde eu vou me enfurnar nos aeroportos durante os constantes atrasos dos vôos? Que pessoa amarga serei eu sem a chance de folhear demoradamente os encartes dos lançamentos dos meus artistas preferidos, após várias tentativas de rasgar aquele “plásticozinho safado” que envolve o cd, alimentando sempre aquela ansiedade gostosa? Provavelmente serei alguém bem mais inconformado! Ainda preciso disso e toda essa perspectiva pragmática verdadeiramente me apavora!
Pois é, tem jeito não... Eis que o mundo transforma-se novamente! Ingênuo foi quem pensou que as coisas estacionariam nesse campo. O tempo reinventa-se de novo... Agora chegou minha hora de ser solidário aos amantes do vinil e, por via das dúvidas, começar a reunir o maior número possível daquilo que eu classifico hoje como: “futuras peças de museu”...
Apolinário Júnior.
Maceió - 10/07/08.
Música: Pirraça (Vanessa da Mata/ Kassin)
Intérprete: Vanessa da Mata.
Maceió - 10/07/08.
Música: Pirraça (Vanessa da Mata/ Kassin)
Intérprete: Vanessa da Mata.
2 comentários:
rAPAZ... A TENDENCIA SAO OS CHIPS... COMO OS CARTOES DE MEMORIA..
COMPACTOS. HAUAHUAHUHUHAUAHAUH!
BJOS
Olha eu por aqui novamente meu amigo! Agora poderei dedicar um tempinho para atualizar os textos que não li durante alguns dias....Que situação essa desse texto hein?!Já parei pra pensar nessa realidade tb e o preço que teremos que pagar pelo avanço tecnológico. Agora existe o sucessor do DVD que é o Blue-ray, que permite armazenar mais dados que um DVD ou um CD.
E assim caminha a humanidade...rs
Beijo grande da Dinha
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